Em 14 de setembro assisti a uma palestra proferida por Frederico Ganem em Brasília, DF, sobre Ectoplasmia. A palestra foi seguida por um curso Técnica da Ectoplasmia Interassistencial, ministrado em um hotel de Brasília. O que segue é um resumo da palestra do dia 14.
Fred Ganem é engenheiro, professor e Gerente Geral do IIPC, que tem como uma das áreas de pesquisa a ectoplasmia.
Ectoplasmia é a capacidade que uma pessoa ou grupo de pessoas tem em mobilizar ectoplasma.
Ectoplasma é uma palavra que vem do grego Ektos , que significa “fora” e plasma , que significa “algo formado ou moldado”. O termo foi cunhado por Charles Richet para designar uma substância ou tipo de energia exteriorizada por um sensitivo (paranormal, médium) principalmente na forma de fios finos ou vapor esbranquiçado que sai frequentemente da boca, mas que pode sair por qualquer parte do soma.
Todas as consciências absorvem, processam e exteriorizam energia. A exteriorização pode ocorrer naturalmente, de forma inconsciente, ou com lucidez, intencionalmente, pelo uso da vontade. Animais e consciências intrafísicas, por possuírem um corpo energético denso chamado energossoma, podem exteriorizar muito mais energias densas do que uma consciência extrafísica.
Qual é o limite para a capacidade de uma pessoa em exteriorizar conscientemente energias? Os experimentos realizados com médiuns chamados ectoplastas demonstraram que esse limite pode estender-se de forma inusitada, incomum. Médiuns como Eusápia Paladino chegaram a fazer pesadas mesas moverem-se e até flutuarem ou esteriorizar ectoplasma em tal quantidade que permitia a consciências extrafísicas se materializarem completamente.
Quando densificado a ponto de tornar-se visível na dimensão intrafísica, o ectoplasma depende de energias oriundas fundamentalmente do paranormal ectoplasta, mas que tem contribuições de ectoplasma oriundo do reino animal (zooectoplasma), do reino vegetal (fitoectoplasma) e de consciências extrafísicas especializadas nesse fenômento que controlam o processo e direcionam as plasmagems.
A primeira coisa que vem a mente dos leigos é que ectoplasmia se resume as famosas materializações. Contudo, esses casos são apenas o ponto máximo de um fenômeno de largo espectro que tem no extremo oposto um “sem número” de ocorrências rotineiras que passam completamente despercebidas relacionadas a exteriorização de ectoplasma.
Também faz parte das “crenças populares” que fenômenos de materialização tiveram seu ápice no século XIX e início do século XX, declinando desde então pela falta de médiuns ectoplastas com a capacidade de promover materializações. Segundo Ganem o que realmente ocorreu foi que na segunda metade do século XIX surgiu na Europa certo número de pesquisadores muito dedicados e bem relacionados nos meios científicos dispostos a estudar seriamente esses fenômenos. Denominados metapsiquistas, esses pesquisadores publicaram suas pesquisas em artigos e livros que, de tão bons, são até hoje estudados por pesquisadores modernos. Os metapsiquistas rastreavam ectoplastas e buscavam trabalhar com eles. Hoje os fenômenos continuam acontecendo mas faltam pesquisadores interessados.
Ainda segundo Ganem, essa foi uma época onde as leis fundamentais da natureza ainda estavam sendo descobertas. Havia muita sede de saber, de buscar-se coisas novas e o paradigma fisicalista não estava consolidado. Com isso, a curiosidade dos pesquisadores não tinha os limites que existem hoje na academia que pune quem deseja confrontar o paradigma estabelecido pesquisando parapsiquismo.
Existem registros de fenômenos de materializações desde a antiguidade. Por exemplo, Xenofontes relata a aparião de uma consciência que materializou-se para Sócrates e o romano Brutus teria avistado a aparição de um “demônio” antes de participar do assassinato do imperador Caius Julio Cesar.
O estudo detalhado dos fenômenos da ectoplasmia visando um entendimento maior e o domínio dos processos envolvidos é um objetivo da comunidade de pesquisadores da Conscienciologia. Isso é feito por meio de pesquisas realizadas em cursos práticos e em laboratórios existentes no Ceaec, em Foz do Iguaçu e em outras localidades. Recentemente foi criada uma instituição conscienciológica com objetivo específico de pesquisar fenômenos diretamete relacionados a ectoplasmia, denominada Ectolab (foto acima).
O foco da Conscienciologia é o emprego da ectoplasmia em atividades assistenciais. Estão fora de cogitação, portanto, a produção de materializações nos moldes que os metapsiquistas realizaram. Ganem explicou que isso se deve a elevada quantidade de energia necessária para produzir esse tipo de fenômeno e os resultados práticos que no final das contas não provam nada. Hoje, mesmo entre pesquisadores da paranormalidade, é comum a impressão de que todas as materializações realizadas no passado não passaram de fraudes de algum tipo. Não adianta pessoas testemunharem, fotografarem ou filmarem o fenômeno. Se as pessoas não quiserem acreditar, sempre haverá contestação.
Prosseguindo, Ganem explicou que ao passo que é necessário um tipo de paranormal difícil de ser encontrado e um trabalho extenuante e perigoso desse para produzir o fenômeno da materialização – houve casos onde Eusapia Paladino ficou 9 horas exteriorizando energia até produzir uma materialização – a produção de um campo ectoplástico em um recinto que pode ser usada para atividades assistenciais é relativamente fácil. Tal campo pode ser criado por pessoas sem que tenham que ser notáveis paranormais como aqueles estudados no passado pelos metapsiquistas.
A intensidade do campo formado vai depender da capacidade de cada pessoa. A crença comum é que a ectoplasmia é um dom. A pessoa já nasceria com ele ou não e pronto. Embora a pessoa possa nascer com essa capacidade, ela também pode ser desenvolvida ao longo da vida. Quem nasce com o dom é porque o desenvolveu em vidas anteriores.
A criação desses campos se faz pela exteriorização contínua, por períodos mais dilatados de tempo, de energias densas pelos chacras inferiores. Então, qualquer um que não seja um “casca grossa” (a pessoa totalmente fechada para paranormalidade) pode ser ou tornar-se um ectoplasta.
São exemplos de ectoplasmia:
- A habilidade em construir fisicamente. Quem constrói muito tem ectoplasmia;
- Bocejar e lacrimejar quando se mexe com energia;
- A exteriorização da sensibilidade, como fazem os pilotos de Fórmula 1 que praticamente se fundem com seus veículos;
- Certos casos de visualização de luzes ou formas pelo paranormal;
- Objetos que se movem, quebram ou se avariam sem nenhum contato físico;
- As paracirurgias;
- As materializações ectoplásticas;
- Os fenômenos de transporte.
Ser um ectoplasta envolve responsabilidades maiores, pois, o ectoplasta potencializa tudo. Por exemplo, se ele pensa mal de alguém ele passa mal; se ele fica de mal humor, quem esta perto dele pode ficar doente. Então as coisas acontecem com ele de forma muito mais intensa e rápida. O ectoplasta pode até pensar que certas ocorrências devem-se a assedio extrafísico mas, podem ser causadas pelo seu trafor (o traço força de liberar ectoplasma) que esta sendo mal direcionado. Eusápia Paladino, Arigó e vários outros ectoplastas tinham flutuações muito grandes de humor potencializadas pela ectoplasmia. É preciso que o paranormal esteja atento a isso e que trabalhe para estabilizar sua condição.
Para concluir, citanto Ganem, a ectoplasmia é um poder. Dominá-lo dá mais segurança, mais autonomia, mais poder de realização. Para fazer isso é preciso tornar-se um “profissional das bioenergias”: estudo, autopesquisa, investimento sério e contínuo para progredir.
Aproveito para recomendar o curso citado acima, realizado periodicamente em várias cidades do Brasil. Fiz o curso tive enorme proveito. Assistir ao vídeo sobre Ectoplasma também será muito proveitoso.
Para Saber Mais:
Experiências Fora do Corpo – Fundamentos
Experiências Fora do Corpo – O Guia do Iniciante
Muito bom o artigo. Só fiquei com algumas dúvidas e talvez possa me esclarecer. No artigo diz para exteriorizar energias densas por período longos. Porém, para fazer isso basta se concentrar em exteriorizar esse padrão energético ou precisaria ser mais específico e se concentrar em exteriorizar a bioenergia de uma região do corpo físico?
O mestre taoista Mantak Chia diz em seus livros que nós homens podemos nos concentrar na energia do esperma e conscientemente circular essa bioenergia pelo corpo. A energia do esperma é uma energia bem densa. É ela que precisamos exteriorizar intencionalmente para criar os campos de ectoplasmia?
Olá Thiago
Creio que isso vai depender do praticante e dos resultados que são desejados. Tanto pode-se irradiar por todo o corpo, quanto pode ser mais concentrado, liberando as ECs nos chacras plantares (na planta dos pés), nesse caso, espalhando-se sobre a superfície do chão, como pode ser pelo chacra umbilical. Não creio que seja preciso estabelecer um padrão para essas energias, embora admita que possa existir algum mais apropriado. Outra coisa que vai ajudar é a sua intencionalidade. É preciso comandar as energias, usar sua capacidade de visualização mental (veja que isso é mais do que pura e simples imaginação) para dar uma finalidade as energias exteriorizadas.
Não tenho conhecimento sobre a utilização dessa energia do esperma. Será que ele se referia a isso mesmo ou isso era uma matáfora para a Sushuma, Ida e Pingala, os canais energéticos que partem da base da espinha até o coronochacra e que estão relacionados, dentre outras coisas, com a kundalini? Em todo caso, faça suas experiência e depois nos conte os resultados.
Se tiveres mais dúvidas ou quiser compartilhar algo, fique a vontade. Abraço. Cesar Machado
Obrigado pela resposta Cesar.
No caso de Mantak Chia ele se referia literalmente a energia do esperma, fazendo-a circular para cima pela coluna e descendo pela frente afim de armazenar esse padrão no umbigo. Ele escreveu vários livros com técnicas energéticas avançadas para dominar e circular essa bioenergia específica.
Um deles se chama “O orgasmo múltiplo do homem” e o outro se chama “Segredos taoistas do amor – cultivando a energia sexual masculina”. Eu já fiz experiências com as técnicas dele e realmente a energia do esperma é bem densa, quase física, dá para sentir a densidade dela quando coloco a intenção em movê-la.
Em mim causava sensações muito parecidas com a ectoplasmia, até alguns fenômenos de efeitos físicos ao meu redor e grande aumento da sensibilidade emocional. Foi com as práticas de cultivo e circulação dessa energia que eu tive as experiências parapsíquicas mais intensas e impactantes de toda a minha vida. Por isso desconfiei que pudesse ter algo a ver com a ectoplasmia.
Mantak Chia diz que essa energia é muito boa para a saúde e até para a cura física, por isso ele ensina armazená-la no umbigo para usarmos quando precisarmos. Penso que a conscienciologia deveria conhecer as técnicas dele, talvez vai ajudar a acelerar a ocorrências de ectoplasmias na criação de campos.
Abraços e parabéns pelo blog. Já está nos meus favoritos.
Ok. Obrigado por postar aqui esses esclarecimentos. Agora eu estou sabendo, assim como todos aqueles que lerem seus comentários também.
Abraço
Cesar Machado